quinta-feira, 20 de maio de 2010

Antes, eu dormia, sem saber
Que uma flor se escondia dentro do meu seio...

Não sabia que a verdadeira beleza
Era o sacrifício das flores que se desvanecem aos poucos ...

Não sabia que a verdadeira vida
Não eram as cores, nem a música, nem a luz do sol que cintila !
Não era nem o teu sorriso, nem era tampouco o teu delicado toque...
Não era o teu calor, nem a suavidade do teu abraço!

Mas sim o frio da noite, com tuas estrelas
A distância de nunca mais poder te ver, de nunca mais poder te tocar...
Estas lágrimas que escorrem de minha face, como estrelas cadentes...
Que riscam o céu uma vez e ... nunca mais!

A verdadeira beleza não eram os teus olhos
Brilhantes com o amor puro que nada pede...
Não era o teu toque, que me protegia em meu medo
Não era sequer o teu carinho, tão intenso e ao mesmo tempo tão suave...

A verdadeira vida não era este instante, nem sequer esta paz
Gotas espargidas de esperança, orvalho, também não era...
Não era cousa alguma, nem das que foram ditas,
nem sequer das que foram sonhadas...

A verdadeira beleza, oh minha noite escura
Minha madrugada sem luz
Era a tua viagem
Na escuridão do nada, sem o temor de fantasmas
Sem o temor da morte, sem o temor do fimSem o temor da fome, sem o temor da solidão.
Tu eras a flor, a flor dentro do meu coração
Um único desejo te fez atravessar todos os infinitos
Nada pedir, nada querer, e nada conquistar.
Tu eras a beleza, tu eras a vida
Renunciando a tudo por apenas um desejo
Abandonar toda a eternidade por apenas minha voz
Renunciar a si mesmo por minha felicidadeApenas isto desejar...

Oh Lume! Agora eu posso cantar!
E minha voz ressoa por todos os cantos
Mas onde tu existes, não sei onde estas?
Será que minha voz pode te alcançar?

Oh Lume! Agora eu posso brilhar!
E minha luz cintila entre as terras junto a lua prateada
Mas onde estão os teus olhos, não sei onde estas?
Será que minha luz pode te alcançar?

Oh Lume! Estremece a gota alada
Escorre em minha face, delicada lágrima
Agora eu entendo, esta beleza, e esta vida
Eu sinto que somos um, como o dia e a noite
E que um dia iremos nos reencontrar...

Luciano Moraes

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